Conhecidos em casa

      - Me ajuda...
Disse Andressa, chorando.
Será que eu estava sonhando?
O que aquela menina tava fazendo em minha casa?
  - Andressa?... o que...
Toc, Toc... o som de alguem batendo na porta.
   - Diga que eu não estou - Disse ela com um desespero ainda incomum. - VAI!
Fiquei parado por um instante ainda sem entender o que se passava mas depois fui atender a porta.
Vitor estava lá. Seu rosto estava muito desidratado.
    Acho que minha boca se abriu... o que tava acontecendo?
   - Foi mal... Ivan... mas a Andressa está por aqui?
Pensei um pouco... Cara... o Vitor tava na porta da minha casa perguntando sobre a Andressa.. eu tava louco só pode.
 - Renan.
  - Oi? - disse ele com confusão no rosto.
 - É Renan meu nome.
  - É, Renan... Então, cara, a Andressa está?
 - Não. Por que acha que Andressa estaria aqui?
 Ele pareceu desconfiado no começo mas cedeu.
  - Tem razão - disse e balançou a cabeça. - Por quê ela viria aqui né? Aí, valeu cara.
 E se foi.
 Fechei a porta. Voltei a meu quarto e quase fui atacado por meu próprio abajour .
 - Hei.
  - Desculpe... ele já foi?
 - Foi... vem cá... que você tá fazendo aqui... e por quê ele tava aqui?
 Ela começou a chorar.
   Eu tava meio sem saber o que fazer. Então abracei ela.
Não. Eu não estava aproveitando da situação. Você conhece consolo melhor que um abraço?(não responda).
 - Ei, ei. Não chora, não chora. Já passou. Escuta - a segurei nos ombros - não vou te forçar a nada. Mas...
 Ela parou o choro e abriu uma cara de espanto.
  - Ele está la fora ainda.
Olhei para a janela e ele estava lá mesmo. Ele estava olhando para a porta. Longe.
 - Fique aqui, sente-se na cama.
Ela assentiu com a cabeça mas ainda estava em estado de desespero.
   Fui até a janela.
Ele olhou para mim por um instante e depois saiu andando.
Esperei ele desaparecer na distancia e fechei a cortina.
 - Ele foi embora agora.
 Ela se encolhia cada vez mais.
 - Você quer... que eu te leve em casa?
  - NÃO. Por favor, não. Não posso ir para casa. Ele irá me procurar, não, por favor.
 - O.k. é... você pode... dormir na minha cama então.
Ela me olhou com receio.
 - Eu durmo no chão, pode deixar.
  Trouxe umas cobertas para ela e ela então adormeceu.


  Acordei. Ela ainda estava dormindo.
 Levantei-me e fui ao banheiro escovar os dentes.
Não digo que levei um choque, mas foi muito estranho.
Meus braços... estavam maiores. Digo... mais volumosos. Como se eu tivesse... Feito academia.
 - Que por... - Disse eu com a escova na boca e confusão na cabeça.
 Não... Acho que eles sempre foram assim e eu nunca percebi.
  Voltei para pegar uma roupa decente para vestir. Peguei uma bermuda e me virei. Já ia tirando a que eu estava quando me dei conta que Andressa estava acordada e olhava para mim.
 - Desculpe.
 Ela olhou para o outro lado. Estava linda.
Não vou mentir. Sempre tive vontade de ve-la acordar.
 Eu, devagar e com calma, sentei-me ao lado dela.
Pensei um pouco.
 - Consegue me dizer o que aconteceu ontem a noite?
 Ela não disse nada.
Se virou ainda olhando para baixo.
  - Onde é o banheiro?
 Não era o que esperava. Apontei o corredor para ela.
 - Segunda porta.
 Ela se levantou e foi ao banheiro.
  Fiquei parado por um momento em meu quarto.
Levantei e quando ia saindo do quarto dei de cara com ela.
Ela me olhou nos olhos.
  - Noite passada. Vitor me convidou para cabular a aula e ir na casa dele. Eu fui.
 Ela olhou ao redor e uma lagrima saiu de seu olho esquerdo.
  - Ele tentou me matar.