domingo, 30 de maio de 2010

Tentativa de assassinato bizarra

    -  Ele tentou me matar.
Andressa agora olhava pra mim. Mas eu podia ver que ela via além de mim.
 - Assim que eu entrei na casa dele já senti que estava com outras intenções. Mas pensei que fossem outras intensões.
" Ele me levou ao quarto dele. Começamos a nos beijar. Ele... Ele me beijava intensamente. Como se estivesse com fome.
" Então ele me olhou e disse 'Você me ama?' eu respondi que sim.
" Ele saiu do quarto, enquanto isso eu fiquei esperando ele. Comecei a olhar suas coisas e... Encontrei coisas horriveis. Livros como 'Magia Negra', 'Sacrificios' e 'Obtenha a vida eterna'.
" Levei um susto quando ele chegou por traz e me abraçou e beijou minha nuca. Senti algo frio tocando minha pele. Ele me deitou na cama e eu exclamei 'Ei, vá com calma, amor'. Ele me beijou e foi então que percebi a fraqueza nele e sua pele ressecada. 'Certas vezes na vida - disse ele, - a gente precisa fazer sacríficios, Andressa'. Não entendi o que ele estava falando então sorri para ele. 'O que quer dizer?' eu disse. Então ele segurou meu pulso com força. Estava doendo. 'O que está fazendo, Vitor?' eu disse, mas ele continuou a apertar e sacou uma faca. Ele me prendeu segurando na cama e disse em meu ouvido 'Não vai doer nada, eu prometo'. Ele começou a me arranhar meu pulso e este começou a sangrar.
"Dei um chute na perna dele e consegui escapar com o pulso ainda sangrando.
"Corri para a cozinha e me escondi atrás de um balcão. Ele desceu as escadas e rapidamente fechou a porta da cozinha e carregou a chave consigo. Tentei me esquivar para a sala mas ele me viu.
" Saí em disparada para a escada com ele atrás de mim com a faca, gritando 'Volte, aqui!'.
"Cheguei no banheiro dele e tranquei a porta por dentro.
" Ele ficou gritando 'Andressa, abra a porta'. Forçou para abrí-la, fracassou. 'Amor, é para o meu bem. Você não me ama?'
" Tentei forçar a janela do banheiro e consegui quebrar o vidro. Pulei para fora e me arranhei toda.
" Caí no quintal da casa dele e tive que pular o portão para sair correndo no meio da rua.
" Achei que tinha despistado ele e então entrei em sua casa."
 Nesse momento Andressa parou de chorar... Como se tudo o que ela precisasse era desabafar.
Não sei como meu rosto estava mas aposto que estava pálido e surpreso.
Ela olhou para mim como se esperasse que eu dissesse algo mas... o que eu iria dizer?
 - Eu... Sinto muito.
Droga! Isso foi o meu melhor?
Ela olhou pra mim e eu imaginei que ela iria dizer "é isso seu babaca?" mas ela se limitou a sorrir solidária.
 - Bem... - continuei. - Eu acho melhor você dar parte dele na polícia né?
Ela olhou para o chão e depois de um pensamento disse:
  - É. Acho melhor também.
Ela se virou e foi para o banheiro de novo.
 - Você está com fome?
Ela não respondeu.
 - Eu vou fazer alguma coisa para você.


Desci à cozinha e ainda estava duvidando se estava acontecendo aquilo mesmo.
Parecia um sonho.
Claro que apenas para mim né.
Ela devia estar com a cabeça a milhão.
Passei manteiga em um pão.. Se bem que não sabia se ela gostava disso.
Coloquei um pouco de café com leite numa chícara e levei pra ela.
Subí as escadas e atravessei o corredor dos quartos.
Pude sentir os olhares de Rubens e Rosa.
Cheguei no quarto e dei o café da manhã pra ela.
 - Não sabia se você gostava mas...
  - Tá ótimo - disse ela sorrindo.
Sorri também.
Mas então ouvi new perpective do Panic at the Disco tocando. Era meu celular.
Engraçado, ninguem me ligava havia meses e a ultima pessoa que fez isto foi minha mãe.
Olhei o número, não conhecia.
 - Alô - disse eu.
Então uma voz meio rouca e séria; Grave. Mas eu conhecia aquela voz.
  - Alô, Ivan?
Ivan???
 - Desculpe mas...
  - Perdão, quis dizer, Renan, é você?
 - Sim - disse eu confuso. - Sou eu. Quem fala?
  - Aqui é o André... seu parceiro de trabalho.
André? Por quê... Meu Deus. Quando foi que eu virei conhecido dessa gente?
 - Ah! Tudo certo André? - disse eu com uma certa desconfiança na voz.
  - Tudo certo. Então cara, temos que combinar um dia pra fazer o trabalho.
Como ele havia conseguido meu número? Ninguém na escola tem o meu número.
 - É... - Eu ainda estava com desconfiança.
  - Beleza. Que tal amanhã de tarde na minha casa. Pode ser?
Olhei para Andressa. Parece que ela reconheceu quem era. Estava com cara de espanto.
 - Tudo bem...
  - Òtimo - Disse ele, sem me deixar terminar. - Então a gente se vê amanhã.
E desligou.
Tirei o telefone do ouvido.
  - O que será que ele tá tramando?
 - Não sei. Mas não deve ser coisa boa. Desde que me lembro, eles nunca ligaram para trabalhos.
Olhei pelo canto da janela e vi a figura de um rapaz na rua, olhando para minha casa. Era Bruno, o outro amigo de Vitor.
 - Acho melhor você não sair daqui por hoje - Eu disse.
Ela veio até a janela e viu o por quê de eu dizer aquilo.
Dessa vez ví um sentimento diferente no rosto dela. Não era o desespero de ontem a noite. Nem a tristeza de hoje de manhã. Ví raiva.
  - Aquele canalha acha que pode me intimidar mandando seus amiguinhos atras de mim? Ele está muito enganado.
Ela andou quarto afora e eu fui atrás dela.
 - Hei. O que acha que vai fazer?
  - Eu vou dar uma surra nele.
 - Não pode...
Foi quando percebi que Rosa e Rubens estavam olhando de boca aberta.
Corri mais rápido e consegui agarra-la no pulso. Ela gemeu de dor. Tinha esquecido do ferimento.
 - Não pode fazer isso - sussurrei só pra ela. - Deixa que eu cuido.
Ela percebeu nossos observadores e se acalmou um pouco.
  - Deixar com você? O que você pode fazer?
 - Noite passada você pediu me ajuda - Eu disse olhando nos olhos dela; ela retribuiu o olhar. - Eu vou te ajudar.




 - Posso ajudar, Bruno?
Ele olhou meio como se não soubesse o que dizer.
  - Eu só estava...
 - Dando uma olhada?
Ele não disse nada por um tempo. Depois se virou e saiu andando.
  - Nos vemos na escola - disse ele sem olhar para trás.
Voltei para casa.
Andressa e Rosa estavam conversando.
A TV estava ligada e estava num canal noticiário.
Foi quando ví a noticia.
"Garota assassinada em Itapeví" minha cidade, "Suelen da Silva foi encontrada morta próxima à Escola Estadual Rosana Lima." minha escola, "tudo aponta que a garota foi vitima de algum tipo de ritual. A garota foi esfaqueada e perdeu metade do sangue do corpo. Em seu corpo inteiro se encontram marcas e desenhos estranhos. Os cortes principais foram nos pulsos."
Andressa ficou chocada e eu acho que o que ocorreu na cabeça dela foi a mesma coisa que eu pensei.

Um comentário:

  1. Nooooooossa meow!
    Esse Vitor é
    completamente perturbado!
    .-.
    Tadiinha da Andressa..=/
    Continua!Continua!Continua!\õ/

    ResponderExcluir